Quando consumida por um curto prazo, dois ou três dias, a própolis favorece a resposta imunológica e, por um período mais estendido (duas semanas, a ação anti-inflamatória. Esta foi uma das descobertas do biólogo José Maurício Sforcin, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Botucatu, ao longo de duas décadas de estudos a partir de testes realizados em ratos e camundongos. O objetivo do especialista é compreender o mecanismo de ação da própolis com base científica.
O trabalho de Sforcin, um dos pioneiros no Brasil, começou com a coleta de amostras de própolis no apiário da Unesp em 1994. A composição das amostras foi analisada no exterior e, na sequência, testadas por ele contra vírus, fungos, bactérias, protozoários, bem como em diferentes células de defesa de camundongos e ratos, sem apresentar efeitos colaterais nos animais. E desde 2010 o biólogo faz testes in vitro com células obtidas do sangue humano, com autorização do Conselho de Ética de Medicina.
Atualmente, ele estuda o efeito da própolis em células humanas normais e tumorais. “Os próximos trabalhos avaliarão se a própolis tem efeito preventivo diante da resposta inflamatória, ou terapêutica, uma vez instalada a inflamação”, diz o biólogo.
Enquanto ele e outros especialistas descobrem todas as possibilidades e usos da própolis, o seu uso continua sendo recomendada por médicos homeopatas e fitoterapeutas na forma de cápsulas, extrato aquoso (mais facilmente consumida por crianças e idosos) e extrato alcoólico para inflamação de garganta, como cicatrizante, e também para reforçar a imunidade.